Hit me baby one more time
Ontem, ao investigar os "oooooooooooh", "aaaaaaaaah" e "cutchi cutchi" que se faziam ouvir da área comum, encontrei a bebé mais recente da família laboral imersa em senhoras babadas e senhores de sorriso amarelo.
Durante as banalidades da praxe tratei a criança por "pá" - como em "parabéns, pá" ou "vai-me buscar um café, pá", já não me lembro ao certo -, ao que ela me respondeu erguendo as pernas e tapando a cara com o vestido. Observei, com uma cotovelada no braço da mãe e um riso alarve, que geralmente tenho de pagar à volta de cem euros para obter a mesma reacção de outras mulheres. Entendi o seu olhar de "afasta-te e não olhes sequer na direcção da minha filha" como a minha deixa para me ir embora, altura na qual me ocorreu que, provavelmente, eu não serei a pessoa com o mais aguçado dos instintos paternais.