2011-03-28

Esturro

O meu tio Alípio tratou sempre as mulheres como objectos, até ao dia em que morreu. Electrocutado. Depois de entrar na banheira com a Alzira, que ele tratava como uma torradeira.

2011-03-21

I'm counting no age

Cheguei a uma fase da minha vida em que quando me perguntam a idade sou eu que fico surpreendido com a resposta.

2011-03-17

Nudge, nudge, know what I mean?, say no more

Era capaz de apostar que o Eduardo Mãos de Tesoura nunca se masturbou.

Evil Dick

Ir às Amoras, como qualquer pessoa que tenha crescido em Campo de Ourique pode explicar, significa ir ao Centro Comercial das Amoreiras e não andar de rabo para o ar a apanhar frutos silvestres. No entanto, graças ao seu arquitecto, estou certo que as Amoreiras já viram mais rabos para o ar que o Ron Jeremy.

These are the days it never rains but it pours

Do what I do: be nice to strangers and then lash out at those you love. Works like a charm, just don't expect a lot of presents on Christmas.

Ao reler esta resposta que dei a alguém que se queixava do stress causado pelos clientes percebi a razão de, no último Natal, me terem deixado uma embalagem de ovos podres e uma meia rota debaixo da árvore.

12 camelos e nem uma bossa mais

"Todos temos um preço", disse-me ela.

"Então avisa-me quando estiveres em saldo", respondi eu.

2011-03-11

Hobbit Motherfuckers!

Sábado, 12 de Março, é o dia marcado para a manifestação da "Geração à Rasca". E eu espero que passe o mais rapidamente possível. Não é por mais nada, mas a realidade é que não suporto esse título. E já nem falo na música dos Deolinda, que tem o dom de me causar pequenas tromboses aqui e ali. Rupturas musculares também, o que não deixa de ser estranho.
Portanto, pode ser que tudo acalme um pouco após a realização do protesto colectivo. Essa é a minha mais sincera esperança, pois já não aguento os constantes ataques de regurgitação espontânea que dão sinal de si sempre que o meu aparelho auditivo é agraciado com tal termo.
Por amor de Deus... "Geração à Rasca"? Não tinha bastado a "Geração Rasca", saída do pior recanto da imaginação de Vicente Jorge Silva? Será que não conseguimos arranjar um nomezinho de jeito? Uma coisita com estilo? Será que ninguém no nosso país presta um pouco de atenção ao que se tem praticado no estrangeiro ao longo dos últimos cem anos?
"Lost Generation"
"Silent Generation"
"Blank Generation"
"Baby Boom Generation"
"Generation X"
"Generation Z"
Isto sim, são títulos de alto valor, românticos na medida certa, alguns deles referindo-se a tempos de gravíssimas crises. Mas nós não. Por cá, temos uma queda para inventar termos baixinhos. Gostamos. Não há nada a fazer. Uma vez Parque Mayer, para sempre Parque Mayer. É um facto. Algo triste, mas é um facto.
E a seguir à "Geração à Rasca"? O que virá por lá? Temo o pior, confesso. Temo que as próximas décadas tragam consigo junções de palavras capazes de me causar ataques incontroláveis de pânico e momentos de puro horror, especialmente se vierem colados a uma composição qualquer dos Deolinda...
... daquelas que são visionadas no YouTube por trinta mil pessoas, esse tremendo recorde, digno de aparecer em tudo quanto é serviço noticioso. Será a cereja no topo do bolo. Ou melhor, será a cicuta em cima do raticida.
Agora é esperar que Sábado passe depressa. Sem ligar a televisão. Sem ouvir rádio. Isto apesar dos manifestantes até poderem ter todas as razões do mundo para protestar. Mas não dá. Temos pena. É a vidinha. Já agora, my generation sucks!

2011-03-10

Fuel my fire

Hoje em dia, quando leio parangonas mencionando assaltos em bombas de gasolina, fico na dúvida se se trataram de bandidos armados de caçadeiras ou de petrolíferas armadas de desculpas.

Easy Rider

A verdade é que o Darth Vader andava sempre de capacete mas nunca ninguém lhe viu a mota.

Gasoline man

O meu primo, quando era jovem, roubava dinheiro aos pais para comprar droga. Agora rouba dinheiro aos pais para meter gasolina.

2011-03-03

Eu disse: o que é que isso interessa? Tu disseste: nada!

Ultimamente tenho pensado que, por certo, mais de metade da minha vida já passou. E que tenho eu para mostrar?

Sim, tenho uma conta bancária recheada, mas o dinheiro não é tudo; o meu olhar hipnótico instila nas pessoas uma sensação de segurança e abnegação, mas o poder não tem qualquer atracção para mim; o meu porte atlético e as minhas proezas desportivas são alvo de cobiça e inspiração para uma imensa multidão, mas a fama nada me diz; e é certo que deito comigo as mais belas, curvilíneas e devassas mulheres, e que já ganhei o Nobel do orgasmo, mas o prazer carnal é efémero.

Sim, afinal que tenho eu de valor para mostrar? Nada.

E que há, então, de valor para conseguir? Temo que também nada.