2010-04-22

You've got pigeon

Pouca gente sabe isto, mas o pombo-correio só apareceu depois de uma menos bem sucedida tentativa de utilizar uma tartaruga-correio.

Eu não sou mau para ela

Em minha defesa, e como já expliquei à chefe dos Recursos Humanos, foi a própria Dora que me disse para eu lhe dar um toque. E eu dei. Nas mamas.

2010-04-20

Get your booty on the floor tonight

Um dia tive uma discussão tão grande com uma namorada que ela me obrigou a dormir no sofá. E nós nem sequer morávamos juntos.

Sexual healing

Sabem o que é que eu nunca tive de fazer na minha vida adulta? Calcular o seno, co-seno ou tangente do que quer que fosse. E raízes quadradas? Nem uma. Aliás, quem é que alguma vez na vida precisou de calcular uma raíz quadrada? Ninguém. Ninguém, em toda a história da humanidade, do primeiro australopiteco de há milhões de anos atrás até ao último deles - que é o meu vizinho de cima que se põe a arrastar mobília e a fechar estores às quatro da manhã - alguma vez precisou calcular uma raíz quadrada. E a data da conquista de Ceuta? Quem é que, para além do Professor José Hermano Saraiva, precisa de saber a data da conquista de Ceuta?

Então, com tanta coisa que se ensina nas escolas sem qualquer aplicação prática na vida real, porque é que ainda se discute a validade da Educação Sexual? Não será algo com aplicação prática para todos, salvo raras excepções, mais tarde ou mais cedo?

Lembro-me de uma vez ver numa reportagem uma adolescente que dizia não ter medo de DSTs porque tomava a pílula. Ainda que partilhe do conceito de que os filhos são uma doença da qual alguém pode levar décadas a livrar-se - como, aliás, os meus pais podem atestar - quer parecer-me que à jovem em questão a estavam a iludir uma ou duas coisas, coisas essas cujas consequências podem ir de uma simples borbulhagem a um incoveniente falecimento.

E quando me refiro a Educação Sexual não estou apenas a falar de palavreado politicamente correcto que redunde em "os meninos têm pilinha e as meninas têm pipi". Urge preparar os jovens para que quando chegar a hora do (vocês não estão a ver, mas estou a utilizar o símbolo internacional que representa o acto do amor: atravessar repetidamente um círculo feito com o polegar e indicador esquerdos com o indicador direito espetado) não fiquem confusos ou assustados, porque, sejamos honestos, aquilo ao início é como tentar montar (trocadilho não intencional) uma estante da IKEA: não se percebe muito bem o que é que encaixa onde nem como, não compreendemos as instruções, as pessoas magoam-se, há sangue, sai tudo mal e no fim são precisos pensos e, eventualmente, uma ida às urgências.

Que inconveniente há, então, em esclarecer os jovens que sim, a gravidez pode acontecer logo à primeira e transmitir-lhes algumas regras básicas de conduta e higiene interpessoal? Nenhum, parece-me. E que inconveniente há em esclarecer as jovens de idade legal que eu estou disponível para sessões de esclarecimento e aulas práticas? Também estou certo que nenhum.

2010-04-16

Adeus, mundo cruel

Penso muitas vezes no suicídio. Mas nunca no meu.

2010-04-09

A insustentável leveza do ser

Uma colega minha contou-me que certa vez caminhava na rua, juntamente com o marido, em plena luz do dia, quando foram abordados por um senhor que, com o ar mais calmo do mundo e um sorriso, lhes pediu as carteiras e os relógios. Ah, e também tinha uma seringa. Um ar calmo, um sorriso e uma seringa alegadamente contaminada. Ela diz que nunca teve tanto medo na vida como nesse dia.

Outro colega nosso, nascido na Serra Leoa, resgatado em idade adolescente à guerra civil do seu país por uma organização humanitária, diz que toda a infância dele foi um festival de horrores.

"Isso não é nada", disse eu. "Eu uma vez andei de elvador com o Fernando Mendes. Ganhei!"

Sim, eu sei, estão agora a dizer "que estupidez, pá", mas pensem nisso. Não só não existem, excepção feita a algumas gruas, máquinas capazes de elevar tamanho peso em segurança - colocando-me por isso em sério risco de mergulhar para a minha morte - como ele não é menino para passar mais de dois ou três minutos sem comer qualquer coisa. Se por alguma razão o elevador encravasse ele reverteria ao canibalismo num piscar de olhos. Caramba, estou convencido que ele o faria até se as portas demorassem muito tempo a abrir. E, modéstia à parte, banhado por uma luz suave e ao som de Kenny G eu até tenho um ar bastante apetitoso.

Escapei de boa, é o que eu vos digo.

2010-04-08

Palavra

Sabem que palavra faz parte do dicionário? "Dicionário".

Mas porquê? Há alguém - que não eu - que alguma vez tenha consultado a palavra "dicionário" no dicionário? Quem usa um dicionário já sabe o que é e para que serve, por isso porquê incluir a palavra "dicionário" no dicionário? Só porque sim? Faz tanto sentido como oferecer o Sing Star ao Stephen Hawking.

Vejam lá isso que estão a gastar tinta desnecessariamente.

You talkin' to me? Well, I'm the only one here...

Agora até os dicionários me insultam.

Lindor anatómico

O álcool em excesso tem em mim um efeito soporífero: sempre que bebo muito durmo que nem um bebé. Que é outra maneira de dizer que quando acordo estou todo borrado.

2010-04-06

Existo, logo penso

Li algures, não sei bem quando - que a minha cabeça já não é o que era e tenho de reservar a memória para coisas importantes como os plantéis do Hull City e do Wigan Athletic - que os homens pensam em sexo a cada sete segundos, o que, francamente, me parece exagerado, levando-me a questionar o grupo alvo do estudo: no que é que esses homens pensam nos seis segundos de intervalo? Sim, claro, eu sou capaz de outros tipos de pensamentos que não incluam, por exemplo, a maculação carnal de jovens num cenário que envolva sacos de serapilheira, ripas de bambu e um intrincado sistema de roldanas e alavancas, mas isso não me ocupa mais de dois ou três segundos e só acontecem à hora das refeições. Aliás, o mais provável é que enquanto vocês lêem isto eu esteja a pensar em sexo. Agora. E agora. E... agora! Na verdade eu sou a prova viva de que aquela treta d'O Segredo não funciona, porque se visualizar e desejar algo com muita força desse resultado a Megan Fox, a Anne Hathaway e a Scarlett Johansson, cada uma menos vestida que a outra, estavam a bater-me à porta agora mes

2010-04-05

Parece mentira, mas é mentira

Há toda uma diferença entre Dia das Mentiras e dias que deviam ser mentira.
E essa diferença chama-se "tolerância de ponto".

Não sei exactamente o que é nem ao que é que sabe. De "tolerância", apenas conheço o conceito teórico. Tenho um amigo meu que diz que "tolerância de ponto" é assim uma espécie de cena que coiso e assim e que já viu uma, mas que ela fugiu antes que ele a conseguisse apanhar.

Esse meu amigo, para além de meu pai, é parvo.