2009-05-11

The Gentle Art of Making Enemies

Como sempre que me encontro em reuniões, apresentações ou acções de formação em que não sou eu a pessoa que está a falar o meu interesse é reduzido a níveis particularmente baixos e, consequentemente, entretenho-me a fazer aquilo que foi a base da minha carreira académica: bonecos. Como o meu dom para o desenho não é aquilo a que outros se possam referir como "existente" limito-me a artes abstractas ou, muito simplesmente, a formas de linhas rectas, sobretudo letras e números - a minha criatividade é singular; não tem par; é imparável.
Assim aconteceu recentemente e o estilo eclético da minha arte rapidamente captou a atenção da minha colega do lado que me perguntou o porquê de ter desenhado as letras MJ e o número 17. Como parte da minha filosofia de vida é negar que qualquer coisa que faça seja aleatória, sejam letras, números, insultos ou alegados abusos do pouco poder que tenho, e porque não quero que as pessoas pensem/percebam que a minha mente é um vazio estéril apenas comparável às planícies geladas da Sibéria, respondi que eram as iniciais da minha namorada, a Maria João. E que ela tinha 17 anos. O olhar que recebi foi algo entre um "ah, ok" e um "és um indivíduo asqueroso" porque, como mais tarde recolhi junto de terceiros, a relação entre um homem acima dos 30 e uma miúda (outras palavras utilizadas foram: menina, rapariguinha e tenrinha - esta última por mim) de 17 anos não é muito bem vista pela sociedade. "Mas estamos a guardarmo-nos", garanti eu. "Pelo menos até podermos alugar um barco e ir até águas internacionais, porque tenho quase a certeza que as coisas que eu lhe quero fazer são ilegais deste lado do inferno."

Dado o ar de mãe-preocupada-com-o-bem-estar-dos-filhos-dos-outros que detectei, espero, a qualquer momento, a visita das autoridades.

4 Comments:

Blogger grassa said...

Quero salientar aqui e desde já dois pontos prévios e um ponto póstumo:

Ponto prévio número 1: Considero-te um porco pederasta e chauvinista de consideração e bom senso aquém do desejável em qualquer ser de estirpe humana;

Ponto prévio número 2: Para o caso do ponto prévio número 1 não ter surtido o efeito desejado, saliento que considero-te um porco pederasta e chauvinista de consideração e bom senso aquém do desejável em qualquer ser de estirpe humana só que, desta feita, em itálico;

Ponto póstumo: Ela tem amigas que me possas apresentar?

14/05/2009, 12:54:00  
Anonymous Anónimo said...

Claro que sim. Posso-te apresentar a Joana Margarida, colega do 11º C da Maria João na Escola Secundária Josefa de Óbidos. Podes vir connosco assistir ao vivo ao Show da Lucy no próximo fim de semana se quiseres.

14/05/2009, 13:42:00  
Blogger A said...

podias escrever um livro, ou outra coisa qualquer, sobre como alcançar a exclusão social e ainda tirar umas gargalhadas à conta disso.

18/05/2009, 11:51:00  
Blogger AD said...

Eu faço da exclusão social um modo de estar na vida. Infelizmente não é de forma intencional.

19/05/2009, 08:50:00  

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