The Gentle Art of Making Enemies
Como sempre que me encontro em reuniões, apresentações ou acções de formação em que não sou eu a pessoa que está a falar o meu interesse é reduzido a níveis particularmente baixos e, consequentemente, entretenho-me a fazer aquilo que foi a base da minha carreira académica: bonecos. Como o meu dom para o desenho não é aquilo a que outros se possam referir como "existente" limito-me a artes abstractas ou, muito simplesmente, a formas de linhas rectas, sobretudo letras e números - a minha criatividade é singular; não tem par; é imparável.
Assim aconteceu recentemente e o estilo eclético da minha arte rapidamente captou a atenção da minha colega do lado que me perguntou o porquê de ter desenhado as letras MJ e o número 17. Como parte da minha filosofia de vida é negar que qualquer coisa que faça seja aleatória, sejam letras, números, insultos ou alegados abusos do pouco poder que tenho, e porque não quero que as pessoas pensem/percebam que a minha mente é um vazio estéril apenas comparável às planícies geladas da Sibéria, respondi que eram as iniciais da minha namorada, a Maria João. E que ela tinha 17 anos. O olhar que recebi foi algo entre um "ah, ok" e um "és um indivíduo asqueroso" porque, como mais tarde recolhi junto de terceiros, a relação entre um homem acima dos 30 e uma miúda (outras palavras utilizadas foram: menina, rapariguinha e tenrinha - esta última por mim) de 17 anos não é muito bem vista pela sociedade. "Mas estamos a guardarmo-nos", garanti eu. "Pelo menos até podermos alugar um barco e ir até águas internacionais, porque tenho quase a certeza que as coisas que eu lhe quero fazer são ilegais deste lado do inferno."
Dado o ar de mãe-preocupada-com-o-bem-estar-dos-filhos-dos-outros que detectei, espero, a qualquer momento, a visita das autoridades.
4 Comments:
Quero salientar aqui e desde já dois pontos prévios e um ponto póstumo:
Ponto prévio número 1: Considero-te um porco pederasta e chauvinista de consideração e bom senso aquém do desejável em qualquer ser de estirpe humana;
Ponto prévio número 2: Para o caso do ponto prévio número 1 não ter surtido o efeito desejado, saliento que considero-te um porco pederasta e chauvinista de consideração e bom senso aquém do desejável em qualquer ser de estirpe humana só que, desta feita, em itálico;
Ponto póstumo: Ela tem amigas que me possas apresentar?
Claro que sim. Posso-te apresentar a Joana Margarida, colega do 11º C da Maria João na Escola Secundária Josefa de Óbidos. Podes vir connosco assistir ao vivo ao Show da Lucy no próximo fim de semana se quiseres.
podias escrever um livro, ou outra coisa qualquer, sobre como alcançar a exclusão social e ainda tirar umas gargalhadas à conta disso.
Eu faço da exclusão social um modo de estar na vida. Infelizmente não é de forma intencional.
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