My little pony
O meu primo, do qual me separam seis ou sete anos e dois ou três países, não segue uma linha de raciocínio comum ao resto de nós mortais porque quando Deus tricotou o seu ADN esqueceu-se de incluir o gene responsável por decisões sensatas.
Entre muitas - muitas! - outras peripécias, conta-se a de quando ele comprou um cavalo. Imagino que alguns de vocês estarão agora a dizer "Então e depois? Eu também compro cavalo." Mas eu estou a falar do género de cavalo que se monta, não do que se injecta. Daqueles que relincham e que aparecem desenhados nos Ferraris e num ou outro filme da Cicciolina.
Eu quando vou ao supermercado fico indeciso se devo ou não levar mais um pacote de bolachas mas ele viu um cavalo e disse algo como "Vou levar. Não é preciso embrulhar que não é para oferecer."
É verdade que na altura ele fazia equitação e uma vez que quem pratica futebol compra umas chuteiras e quem faz surf compra uma prancha, então aquilo talvez lhe parecesse o passo mais lógico a dar. Porque, lá está, faltava-lhe o tal gene que lhe desse dois berros e um estalo.
Não me lembro exactamente quantos anos teria ele quando o fez - não sei sequer se é preciso ser maior de idade para comprar um cavalo porque, convenhamos, quantos de nós estão a par dos trâmites legais da aquisição de equinos? -, mas lembro-me que foi com o cartão de crédito do pai. E à pergunta "Onde é que estavas a pensar pô-lo?" ele respondeu candidamente "No jardim."
Os pais tiveram de pagar uma box e um tratador que cuidasse do animal até o conseguirem vender, porque aparentemente, e mesmo tendo recibo, as cavalariças não aceitam devoluções. E assim renunciaram também à oportunidade de ter o jardim mais fértil da vizinhança.
24 Comments:
Ele que venda no Casal ventoso, ou a um carocho, ou a um GNR.
Deus a tricotar o ADN está muito bom ...
Ainda me estou a rir da resposta candida do teu primo!
Pá, ele deve ser uma pessoa muito prática. Para quê ir ao ginásio se se pode ter o equipamento em casa?
PWFH,
Isto já foi há montes de tempo. Na volta o cavalo a esta hora já está num tubo de cola ou em forma de bife.
Isa,
Sim, prático, é isso que ele é. Principalmente com o cartão de crédito do pai. Uma vez também comprou um carro por telefone.
Se está em tubo de cola tbm podes vendê-lo no Casal, aínda há quem cheire disso, na falta de melhor.
Bem visto. Até porque o Casal já não tem o glamour de outros tempos.
Ehhh lá!!!
Isso agora já era à chapada!
no mínimo ...
Mas a criatura continua a ser muito pática, AD.
Ora aqui no catálogo ... stand ...cartão do pápi ... (ai, deixa-me sentar no sofá que estou cansadito )... "Alô? olhe, era pra me enviarem por expresso o pópó que está aqui na página 27, mas em encarnado ..."
Se o Boss AC vivesse no Casal nos tempos áureos, seria o Casal Boss AC.
ahahahahahah, quem me dera ter um cartão como o do teu primo!
Sim, daqueles que são os outros a pagar as contas.
Não percebo o porquê de tanto alarido por causa de um cavalinho. Quando era chavalita também quis que a minha mão me comprasse uma vaca que, logicamente, se ia alimentar da relva do jardim. E ainda nos ia dar leite. A minha mãe não me fez a vontade e eu nunca lhe perdoei.
Dava origem a muitos mal-entendidos no inverno por causa dos "Tira o cavalinho da chuva."
E sujava os estofos.
Muito bom!
Também tenho primos com o ADN mal tricotado!
Um jardim fértil e florido é bom, mas se o cavalo sujava os estofos fizeram bem em mandá-lo embora.
Não quero dizer mal da tua família, até porque a minha não é das melhores, mas os teus tios também devem ter um problemita, é que deixar o cartão de crédito à mão de semear…
Si, era só pelos da crina nos sofás e marcas de cascos na mesa de café.
Há que ensinar boas maneiras aos animais.
Bem tentaram, mas nem conseguiram que o cavalo comesse a sopa sem fazer aquele barulho irritante.
O bandido punha os cascos em cima da mesa? Badalhoco!
Opá isso da sopa até percebo, como é que ele ia conseguir comer com uma colher se não a consegue segurar?
Nawita! Por uma palhinha, claro! Toda a gente sabe que é assim que os cavalos comem a sopa.
Gata,
desqueci-me!!
fazem como o Jolly Jumper!
Tenho que ser sempre eu, né...?
Cá vai:
Gata,
"Quando era chavalita também quis que a minha mão me comprasse uma vaca"
- Eu, quando era chavalito, queria era uma vaca para me dar descanso à mão.
ahahahahahaahahahahah
tens um olho do caraças, grilu!
"tens um olho do caraças, grilu!" é a frase mais homo-erótica que li desde 1987.
Grilu,
é uma pena que não nos conhecessemos quando éramos chavalitos. Tinha-te chamado para me ajudares a convencer a minha mãe.
Eu ia na boa. Desde que também me desses pelo menos uma mãozinha.
Nada disso, que já eras crescidinho para ires pela tua própria mão. Ou pé, como preferisses.
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