Mudam-se os tempos
Eu sou de um tempo mais simples, mais puro.
Eu sou do tempo em que o mais parecido que tínhamos com uma Oreo era quando espremíamos um naco de manteiga entre duas bolachas Maria, telefonar para um amigo implicava dar ao disco do telefone - que fazia crrrt-cat-cat-cat-cat - e o equivalente a um sms era deixar recado com a mãe dele.
Eu sou do tempo em que dar um murro em algo era um método perfeitamente legítimo de reparação. A velha Blaupunkt a preto e branco não funciona? Dá-se-lhe uma marretada de lado e fica como nova. O transístor só apanha ruído branco? Dá-se com ele na mesa meia dúzia de vezes e é como se os Parodiantes de Lisboa estivessem ao nosso lado.
Hoje em dia já não é assim.
Num acesso de fúria dá-se um tabefe ao portátil e fica-se sem o magenta, e qualquer aberração alguma vez pensada torna-se realidade, como a cerveja sem álcool e os hambúrgueres de soja. Pais preocupados protegem as esquinas da mesa para que as suas crianças não abram lá um sobrolho e trancam as portas dos armários para que não bebam o detergente da louça, garantindo assim que toda uma geração de mariquinhas cresça para nos governar no futuro.
Às vezes tenho saudades do meu tempo. E do magenta.
11 Comments:
Eu dormia na mota do meu pai, encostado ao conta-quilómetros.
Ah, e o meu pai neste momento, mija magenta.
Por causa da queda da árvore/armário ou porque bebeu um arco-íris?
O meu mijo é uma cena mesmo muito magenta.
Eu nunca provei uma oreo.
eu nunca provei uma magenta.
AD,
Belos tempos! Não te preocupes, a Magenta há-de voltar!
Eu não me importava que os meus pais me tivessem protegido um pouco mais. Não com armários trancados e cantos especiais para as mesas. O que eu precisava era um capacete. Pois no meu tempo subíamos às árvores para comer fruta fresca com bichos, lutávamos com ursos para termos mel, apanhávamos os peixes a mãos nuas, íamos para o telhado da casa ler, andávamos no ar sem muito sucesso, jogávamos à bola não no campo, mas sim em locais perigosos com pregos, ferros e outras coisas que não nos metiam medo. Naquele tempo não precisávamos de esperar nas urgências enquanto perdíamos litros de sangue e segurávamos um dedo num saco de gelo, entrávamos pela porta de serviço porque já fazíamos parte da casa!!
Ah... belos tempos sim, em que estava sempre a cair e a partir a cabeça...
Tenho saudades do meu cérebro.
Gata, nunca provaste uma Oreo?
Tenho de te apresentar o Quental, um amigo meu.
Podes comer os mamilos dele.
Visualmente, isso e Oreos são la meme chose.
Grassa,
obrigada, mas acho que passo.
Penso que ele tb terá visto um ou três arco-íris. E um anão.
Grassa,
Esse gajo deve ser um sucesso na cama com gajas gulosas, pá.
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