HÃ?
Tenho um colega que não só fala devagar como também fala baixo. É o equivalente humano àquelas passagens de nível sem guarda nas quais tínhamos de esperar que os comboios de mercadorias lentos e com um incontável número de vagões acabassem de passar - mas se os tais comboios tivessem o silent mode do Raio Azul.
Aliás, ele fala tão baixo que quando temos uma conversa tenho de encostar o meu ouvido à sua boca, como se de namorados nos tratássemos e me estivesse a sussurrar doces nadas. E já há muito tempo que troquei o educado "Diz?" por um sonoro e abrutalhado "HÃ?" no fim de cada frase por ele proferida.
- m m amaciar m m m m m m m m m m milhafre.
- HÃ?!
- m m m m m m fractura m m m m m m enxofre.
- HÃ?!
- Tens de assinar a factura da compra do cofre.
- Ah...
31 Comments:
Dude, também já tive um colega assim!
A questão que se põe é: ao fim de quantos "HÃ?!"s é que desistes e dizes "Ah, 'tá boa essa"?
Na maior parte das vezes limito-me a dizer que sim com a cabeça e, às vezes, a dizer "pois", o pior é que ele costuma ter coisas para eu assinar e não gosto de dar autógrafos assim sem mais nem ontem.
Não me respondeste à pergunta, pelo que concluo que não sabes contar.
Eu sou muito silogista na forma de pensar.
Claro que sei contar. Até quase que fui apurado para a fase final do Festival da Conção.
Só falhaste numa cena, não foi?
Em vez de "Douze points" disseste "Coiso points".
E isto enquanto passavas a mão à frente da boca para não se perceber o "Coiso".
opá, antes um gajo assim que um que berra mesmo quando está a falar sobre café e depois me mete nervos e fico assim para o abestalhado com ele e mando-o à merda. sim, estou a falar do meu pai.
Sabes que ele só faz isso para te poder segredar ao ouvido não sabes?
A,
LOL
ser do norte e poder dizer palavrões deve ser altamente não é?
Eu não sou do Norte e digo palavrões.
toda a gente diz, mas aos nossos pais nunca!
Costumo mandar a minha ir-se foder quando ela me começa a moer a mona.
E ela ri-se porque acha que eu estou a brincar.
E eu mantenho-me muito sério a olhar para ela.
E ela ri-se porque acha que eu continuo a brincar.
Só após a primeira galheta é que ela vê que não é bem assim.
Ali em cima, é "a minha mãe".
Faz mais sentido assim.
E olha que aquelas quatro primeiras expressões são a sério.
Eu sou do Centro e digo palavrões sempre que posso. Ao meu pai não, porque ele é do Norte e sabe mais palavrões do que eu. E ganha-me sempre.
Grassa,
fazes bem, as pessoas por vezes precisam de ajuda para ficarem no lugar delas.
Gata,
eu também não conheço muitos palavrões mas ando a aprender, justamente com malta do Norte.
mas prefiro mesmo não os dizer, têm uma carga negativa muito pesada, fico mal disposta depois.
Há asneiras que eu não digo, por uma questão de princípio.
"Favas", por exemplo.
Chiça.
Irra.
Poças.
E por aí afora.
Qual carga negativa, pá! Há lá coisa melhor que soltar um belo palavrão na altura certa? É libertador, isso sim!
pionese!
também é muito feio!
Grassa,
eu gosto de dizer chiça. Mas com X. Soa melhor.
Chixa?
Isso não é aquela cena que as gordas têm e que os egípcios fumam?
As gordas têm narguilé e os egípcios fumam celulite?
toda a gente tem xixa, xixa é carne! e também se diz aos´putos, come a xixa toda!
fumar xixa também é bom :) a xixa do narguilé, é claro!
os meus pais dizem bem mais palavrões que eu. e não mando os meus pais assim à merda como pareceu no comentário. mas digo coisas como "mais vale ir à m*rd*, do que ir fazer isso que mandaste." ou "m*rd* p'á m*rd*", ou "f*d*-s*! p*t* que pariu esta m*rd* mais o c*r*lh*!"
quando estou mais calmo digo "oh messa!", "poça!", "bem me quilhaste!", "já me trambicaste!", etc.
a gente não as vê como tendo carga negativa, são apenas interjeições.
ps: já escrever asneiras não consigo fazê-lo. custa-me sempre escreve-las, quer dizer, tirando "merda", "merda" é na boa.
Quilhaste!!! Há quanto tempo não ouvia isso. Obrigada, A!
não tens de quê!
Enviar um comentário
<< Home