2009-09-29

Hit me baby one more time

Ontem, ao investigar os "oooooooooooh", "aaaaaaaaah" e "cutchi cutchi" que se faziam ouvir da área comum, encontrei a bebé mais recente da família laboral imersa em senhoras babadas e senhores de sorriso amarelo.

Durante as banalidades da praxe tratei a criança por "pá" - como em "parabéns, pá" ou "vai-me buscar um café, pá", já não me lembro ao certo -, ao que ela me respondeu erguendo as pernas e tapando a cara com o vestido. Observei, com uma cotovelada no braço da mãe e um riso alarve, que geralmente tenho de pagar à volta de cem euros para obter a mesma reacção de outras mulheres. Entendi o seu olhar de "afasta-te e não olhes sequer na direcção da minha filha" como a minha deixa para me ir embora, altura na qual me ocorreu que, provavelmente, eu não serei a pessoa com o mais aguçado dos instintos paternais.

Odeceixe

Jovens e inexperientes, na flor dos nossos dezoito anos e vivendo o último verão antes da aventura da faculdade, aquela era a nossa primeira vez e nenhum de nós sabia muito bem o que fazer. Nos dias anteriores tinha procurado tirar umas ideias de alguns livros e revistas e até pedido umas dicas ao Bruno, que andava nos escuteiros, "por causa das miúdas" dizia ele, e que tinha experiência no assunto. Ele tentou explicar-me por palavras e gestos, mas para quem nunca o tinha feito ou sequer visto fazer, tudo aquilo era muito confuso.

Atabalhoadamente, por entre pequenas cabeçadas, risos nervosos e meia dúzia de palavrões lá descobrimos o nosso caminho de forma intuitiva. Não foi tão difícil como esperava e, apesar de me ter parecido uma eternidade, acabou num instante. Transpirados olhámos um para o outro com o sorriso cúmplice de quem descobriu algo novo e gratificante. Pode não ter sido o melhor dos trabalhos - que não foi - mas a tenda aguentou de pé até ao fim das férias.

2009-09-25

She shines in a world full of ugliness

Há pessoas assim, capazes de me fazer esquecer o mau humor ao qual jurei fidelidade. Pessoas como ela, daquelas que com o olhar - um simples olhar - me desarmam de todo o fel e sarcasmo e me envergonham pela ousadia de ter, por um dia que fosse, pensado que o mundo era qualquer coisa menos que espectacular.

Observava-a, deleitado, enquanto deslizava por entre as mesas do restaurante, tomando pedidos e servindo clientes, com a graciosidade de uma prima ballerina e um sorriso de mil sóis.

Fiquei com a sua imagem gravada na retina e mais tarde, confesso, que a minha é a mais fraca das carnes, entreguei-me ao prazer solitário imerso em fantasias por ela povoadas.

Prazer interrompido, no entanto, por todos aqueles protestos e gritos de horror das restantes pessoas e ameaças do dono do restaurante em chamar a GNR caso eu não me retirasse imediatamente ou voltasse a lá aparecer.

2009-09-24

Bless You My Son

Chegou o Outono. Estou terrivelmente constipado. Quero com isto dizer que não poderia ter começado da melhor forma a nova estação. Muito bem. Só tenho pena de não ter tanta pontaria para o Euromilhões ou produtos similares.
Tento jogar e não consigo. Tento comer e não tenho fome. Tento respirar pelo nariz e provoco ruídos que incomodam quem se encontra ao meu lado. Tento manter-me acordado e adormeço. Tento andar e gemo, lembrando-me que há forma de gemidos bem mais agradáveis do que esta.
Quero com isto dizer que estou um farrapo. Um farrapo cheio de pena de si próprio, naturalmente. O meu lado esquerdo chora convulsivamente e o direito faz-lhe festinhas, estilo dom da ubiquidade mas sem qualquer tipo de ubiquidade, nem de paneleirices. Chega a ser um bocadinho estranho, talvez mesmo psicótico.
O mesmo pode ser dito dos momentos em que me vejo ao espelho e não consigo deixar de dizer: “Coitadinho de ti. Tão doentinho e fraco. Fraco como um pequeno coelhinho abandonado pela mãe. Fraco como um pardalinho coxinho. Fraco como um ratinho cego do olho direito. Coitadinho do meu menino, que nem vontade tem de praticar a nobre arte da procriação!”.
Quem não me atrai nada durante o período de constipação são os restantes elementos da raça humana. Perco toda a pachorra para qualquer tipo de interacção que envolva olhares, utilização do aparelho auditivo, toques na roupa ou epiderme e uso das cordas vocais. E não há químico que me faça ultrapassar este estado de falta de paciência para tudo e todos, que me transforma numa espécie de leguminosa irritadiça.
Enfim... agora é esperar que passe. Devagarinho...

It's a rich man's world

Gostava de formar uma banda de tributo aos ABBA, mas que cantasse apenas e só a música Money Money Money. Seríamos os ABBACO.

Bolos fofos de farinha e ovos

Para além dos sonhos que não recordo e daqueles que são apenas estúpidos, tenho três que são recorrentes. Porque tenho uma colega que não só entende de astrologia como também é psicóloga amadora, deixei que me explicasse o seu significado.

Sonho primeiro:
Corro dando passadas cada vez mais largas, como que uma gazela humana mas em duas pernas em vez de quatro e sem predadores no meu encalço e nem sequer muito rápido e portanto se calhar nem muito parecido com uma gazela, até ao ponto em que, simplesmente, flutuo e mais não volto a tocar no chão.

A explicação dela:
"Sentes-te preso e ambicionas liberdade. Não estás satisfeito com a tua vida."

A minha explicação:
Flutuar, apesar de poder causar alguns embaraços na altura de ir à casa de banho, era buéda nice porque ninguém me ganhava a jogar à apanhada.

Sonho segundo:
Estou ao volante do meu carro, conduzindo de forma responsável e obedecendo a todas as regras de trânsito, quando verifico que não consigo travar e, invariavelmente, choco de frente com algo. Ou o airbag já vem babado de origem ou acordo com a cara enfiada na almofada.

A explicação dela:
"É o medo que tens de perder o controlo sobre o rumo da tua vida."

A minha explicação:
O meu carro é velho, já passaram dois meses da data limite para a inspecção, e qualquer dia acontece-me um contra-tempo qualquer, como embater com um poste de electricidade. Ou morrer. O que era desagradável. Para mim, pelo menos.

Sonho terceiro:
Cerro os dentes com tanta força que os parto.

A explicação dela:
"Como não exteriorizas as tuas emoções guardas tudo dentro de ti e isso tem de se manifestar de alguma forma."

A minha explicação:
Devia passar a lavar os dentes, pelo menos, dia sim dia não.

2009-09-23

Gimme just a minute while I fuck the world

Tenho uma colega que, todos os dias, na reunião da manhã, insiste em começar uma frase por "the fucks of the day are..."

E quer seja mesmo isso que queira dizer, num princípio de partilha de experiências, ou simplesmente uma má pronúncia da palavra "focus", isso é sinal que ou é muito organizada ou que tem uma vida pessoal extremamente interessante. E, em qualquer dos casos, eu invejo-a.

2009-09-22

I believe I can fly

Depois de anos e anos a fazer mira às espectaculares moscas desenhadas na porcelana dos urinóis, acabei por desenvolver uma espécie de reflexo condicionado e por isso, hoje, ao encontrar uma verdadeira repousando na louça, o meu instinto foi baptizá-la. Imaginam quão difícil é fazer pontaria enquanto se corre pela casa de banho aos zigue-zagues e aos oitos atrás de uma maldita mosca que não pára quieta, enquanto as outras pessoas berram impropérios?

Vamos fazer amigos entre os animais

Eu até sou um tipo tolerante e nem gosto de me meter na vida das pessoas, mas finalmente tive de tomar uma atitude e denunciar o comportamento de um colega à Sociedade Protectora dos Animais depois de o ouvir dizer, pela enésima vez, que na noite anterior tinha afogado um ganso.

2009-09-21

We are the champions

Estou convencido que, através da minha pessoa, Portugal voltará a ostentar ouro olímpico assim que for reconhecida como legítima a modalidade de bater com os joelhos em mobiliário avulso.

2009-09-17

Music is free, but if you drink pay cash

Hoje tive uma reunião com um senhor que veio fazer a apresentação do serviço de música ambiente fornecido pela sua empresa.

Porquê eu? Porque aquilo funciona com uma box na qual são armazenadas milhares de músicas em formato mp3, e as pessoas quando ouvem duas consoantes acopladas a um número chamam o tipo que carrega em botões. "Mas isso é um iPod", dizem vocês. É, mais ou menos, mas a diferença é que neste caso as músicas não são pirateadas.

Mas adiante.

O que me chocou foi o facto de entre a sua carteira de clientes se encontrar a Bershka, o que quer dizer que aquela música que eles passam e que se faz ouvir num raio de cem metros é pensada, planeada e colocada a tocar de propósito!

Fazer negócio com indonésios? Tudo bem. Comprar roupa feita na Malásia por criancinhas? Com certeza, que eu aprecio o odor a trabalho infantil. Contribuir conscientemente para o efeito de estufa? Claro, que a Islândia ficava gira era debaixo de água e o aquecimento global é a solução.

Mas música da Bershka? Esse é o meu limite.

Hi-yo Silver, away!

Uns dizem que ela é uma aficionada da astrologia e por isso prefere os nativos de sagitário. Outros dizem que tudo não passou de um engano devido a ter lido o manual de equitação de pernas para o ar. A verdade, essa, só a própria Cicciolina poderá dizer.

2009-09-16

Does not compute

Ser informático é mais ou menos como ser médico. Não quero com isto dizer que salvo vidas ou que embolso pequenas fortunas, cortesia de laboratórios farmacêuticos, à custa da prescrição de fármacos desnecessários. Nada disso. Digo-o porque para a generalidade da população os médicos, independentemente da sua especialidade, têm de saber tudo sobre tudo o que esteja relacionado com qualquer maleita que nos possa afectar bem como ser hábil na cura de esquizofrenia com um par de estalos e um berro, ou em fazer diálise com recurso a apenas uma palhinha, uma bóia e um jerricã. Da mesma maneira, qualquer pessoa que seja informática tem que saber tudo sobre computadores. Programação em todas as linguagens presentes, passadas ou futuras - e em que qualquer alteração a qualquer aplicação se resume a "acrescentar um botão" -, hardware, networking e fazer apresentações de Power Point com efeitos catitas, desencravar impressoras, fotocopiadoras e faxes, limpar fogões e, de uma maneira geral, ser craque em tudo o que esteja ligado à electricidade, tenha botões ou luzinhas a piscar.

E por mim tudo bem. Até porque, em viagens de comboio, isso me permite manter diálogo com hackers que entrem em Pinhal Novo e saiam em Tunes e que, depois de me ouvirem falar ao telefone, percebem que sou um indivíduo que "trabalha com computadores", bem como ajudar os colegas que me perguntam "o meu computador de casa não liga, porque será?" ou "a imagem da minha câmera de vídeo está fosca, podias dar uma vista de olhos?"

Aliás, sendo eu um informático, nada me apraz mais que falar de computadores durante todos os minutos que passo acordado. A propósito, quanto é que têm de memória no vosso pc?

Hell is the impossibility of reason

Certa vez tentei impressionar uma rapariga, estudante de filosofia, dizendo que o meu filme favorito era "Os Bravos do Platão". Não resultou.

2009-09-15

Are we there yet?

O meu tio Alípio é tão distraído a conduzir que mesmo com GPS se perde. Da última vez que foi à Guarda saiu da rota traçada tantas vezes que o aparelho, com a voz que dá indicações já rouca de tanto dizer "assim que possível faça inversão de marcha", se passou dos carretos e lhe disse "porra pá, vai a pé se quiseres, eu desisto" e desligou-se.

2009-09-11

If you like to gamble, I tell you I'm your man

A próxima vez que jogar à sueca quero que o Federer seja o meu parceiro, que o gajo saca os ases todos e tem cara de quem sabe fazer passagens para apanhar as manilhas e de ser um tipo porreiro bem capaz de trazer chocolates lá da Suíça, ou Suécia, ou Suazilândia, ou lá o que é para o pessoal. Ou ele ou o Nadal, mas acho que esse não conseguia aturar. É espanhol e isso é gente que fala muito alto, o que me complica um bocado com o sistema nervoso. Falam tão alto que até quando estão calados se ouvem. Não sei como é que fazem isso, deve ser das castanholas ou de gritar com os touros ou assim. Que também é uma coisa esperta, essa das touradas e das largadas. "Ah, morrieram muchas personas en lá larguiada, e quioiso." Ah sim? Que estranho, ninguém diria que fazer animais selvagens correr assustados no meio do povo pudesse correr mal. Iá, preferia jogar com o Federer.

2009-09-10

Stay on these roads

O meu tio Alípio chegou hoje da viagem à Noruega, mas vem muito abatido. Parece que apanhou uma gripe A-HA.

The special maravilha

Nada traz à luz as opiniões estúpidas de extremistas desocupados como qualquer notícia envolvendo os nomes de José Mourinho ou Cristiano Ronaldo.

No caso do primeiro uns consideram toda e qualquer palavra que lhe sai da boca como sendo um brilhante e poderoso mind game ou estratagema apenas ao nível de Maquiavel ou Sun Tzu - nem que sejam as palavras "ó chefe, era uma gasosa e um rissol". Outros há que, apesar de o homem já ter ganho duas taças europeias, vários campeonatos e taças afins, o julgam um bluff de proporções homéricas cujo sucesso não é mais que o fruto do alinhamento favorável dos planetas e de uma medalhinha que comprou em Fátima em 1989.

No caso do segundo temos aqueles que, faça o que fizer, e não obstante darem-lhe nomes de Citroën como CR7, CR9, C3 e 2CV, o Cristiano é o melhor do mundo em tudo, até a fazer pupu - e se o Messi come um Big Mac então ele digere um Double Cheeseburger acompanhado de uma cola das grandes como ninguém, e se o Kaká leu o Guerra e Paz o "puto maravilha" leu as obras completas de Balzac. Em oposição, e apesar da quantidade de golos que marca e dos troféus que ganha a título colectivo e individual, há aqueles que alvitram que ele é um produto de marketing, está acabado para o futebol, tem um gosto duvidoso em mulheres e que a quantidade astronómica de dinheiro que embolsa é uma afronta para as criancinhas que morrem de fome em África, na Ásia e no Cacém.

Quando se sentirem tristes, desanimados e um falhanço enquanto seres humanos consultem o site de um jornal desportivo nacional, procurem uma notícia sobre um destes senhores - não é difícil, acreditem - e leiam os comentários adjacentes. Garanto que se sentirão melhor convosco próprios. Pessoalmente, acredito que se trate de uma só pessoa, com várias personalidades, todas elas parvas, e com demasiado tempo livre nas mãos.

Futebol du soleil

O rapaz é futebolista.
O rapaz é acrobata.
O rapaz é parvo.

2009-09-09

Walk this way

Conta o meu tio Alípio que há uns anos atrás foi à Alta de Lisboa, viu um placard à entrada de um escritório com os dizeres "vendem-se andares novos", entrou decidido e comprou um. Conta o meu tio Alípio que foi um bom negócio, pois o Halibut foi oferta da casa.

2009-09-08

A cachaça não é água não

A minha melhor máscara de carnaval de sempre? A daquele ano em que derramei água a ferver por mim abaixo e andei umas semanas com a cara enfaixada à Homem Invisível. Super credível, mas mesmo assim perdi o concurso lá da escola para um Zorro com a espada partida.

2009-09-07

Ich Will

Quem eu não invejo são os pobres desgraçados que, nas festas de Natal do III Reich, calhavam como amigo secreto do Adolfo. Para mais eles deviam ter um limite de cinco marcos, ou assim, mas o que é que se pode oferecer a um ditador com cinco marcos? Uns peúgos brancos com suásticas em vez de raquetes? Uma assinatura da revista Bigodes & Patilhas? Um Camping Gaz? Pensem nisso quando acharem que têm stress.

Blitzkrieg

A luz fluorescente por cima de mim está avariada. Não fundida, que isso seria simples demais, não, está apenas intermitente, como quando vai ligar - só que nunca liga. É como trabalhar dentro duma daquelas maquinetas de tirar fotografias tipo passe que dantes havia no metro.

Se a isso juntar o facto de o sistema de circulação de água do ar condicionado estar entupido e ter um tubo que vai do aparelho até um garrafão de 20 litros como método de escoamento, então acho que estão reproduzidas as condições de trabalho da Londres do início da década de 40 durante os ataques aéreos alemães.

Sem contar o tremendo tapa que eu levei com a história do splish splash

Começando pelo seu tom verde de origem, passando pela fina camada de pó, resina e cocó de pássaro que tem em cima e acabando na caruma que compõe o ramalhete, poder-se-ia dizer que a minha viatura está vestida de camuflado, pronta para missões de guerrilha por esses pinhais fora.

"O teu carro é parte integrante da tua imagem. Se não o lavas o que é que isso diz de ti?" e "Se fores sair com alguém vais buscá-la com o carro nesses preparos? O que é que achas que ela vai pensar?" são algumas das questões que me são colocadas por pessoas com queda para fazer perguntas irritantes. E a essas pessoas, caso as minhas capacidades de comunicação me permitissem articular uma frase completa sem fazer uso do vernáculo, eu responderia "Que tenho coisas mais interessantes para fazer do que passar meia hora a lambuzar um carro de sabão" à primeira - ainda que seja mentira - e "Pensava «fixe, não vamos a pé»" à segunda. Assim limito-me a pensá-las enquanto olho o infinito e me babo pelo canto da boca.

2009-09-04

High talker

Passei mais de meia hora ao telefone com uma senhora que não só falava extremamente rápido e num tom que só os cães conseguem ouvir sem dificuldade como, com certeza, considera a pontuação como sendo obra de Belzebu, não imprimindo qualquer tipo de pausa ou entoação ao que dizia. A única maneira que eu tinha de saber que me tinha sido acabado de fazer uma pergunta era quando ela parava de falar, altura em que eu balbuciava algo como "esse tipo de decisões não são tomadas localmente" ou "não creio que a Sasha Grey tenha muito sucesso na transição para o cinema mainstream".

Art Vandeley

Jogar no Euromilhões é um exercício tão fútil como comer Oreos com a finalidade de emagrecer ou como marrar com uma parede como método de rinoplastia caseira. No entanto faço-o. Não porque ache que alguma vez vou ganhar, sei-o bem que não. Para mim a fortuna sempre foi como a coragem e como a Rhona Mitra: coisas que só acontecem aos outros. Tal como o George Costanza também eu estou convencido que Deus nunca permitiria que eu pudesse ter sorte.

Jogo no Euromilhões porque o faço em conjunto com alguns colegas, e se eu tivesse recusado fazer parte do pote sei bem que eles, mais tarde ou mais cedo, ganhariam. E assim, pela módica quantia de dois euros semanais, garanto que ninguém ganha e que todos permanecerão tão vergados ao patronato quanto eu.

2009-09-03

Adoro quando um plano dá certo

O primeiro milho é dos pardais, mas se o meu plano correr como previsto o Zé Milho é dos ursos pardos.

Quem vai à guerra dá e leva

Se quem tem cu tem medo então a Vida Guerra é uma medrosa de primeira apanha.

All is full of love

Seguindo o princípio de que a explicação mais simples é, normalmente, a correcta, então o facto de no meu anterior local de trabalho haver quem pensasse que eu era divorciado e tinha uma filha deve-se, provavelmente, ao hábito de dar palmadas nas nádegas das colegas que por mim passam ao mesmo tempo que lhes digo "senta aqui no colo do paizinho".

2009-09-02

Babewatch

A minha paciência é uma espécie de Pamela Anderson: o que não faltam são paspalhos a fornicá-la.

Mr. Creosote



Curiosamente acontece-me exactamente o mesmo sempre que falo com uma mulher.

2009-09-01

H2O meu Deus!...

Ao longo da minha vida adulta já ouvi diversas fantasias serem-me confessadas - e por "ouvi" quero dizer "li" e por "serem-me confessadas", obviamente, "no fórum da Penthouse" - e muitas delas envolvem água. Fazer amor no mar, numa piscina, no jacuzzi ou numa simples banheira são sonhos comuns, no entanto não me lembro de alguma vez alguém dizer que "o que gostava era de o fazer no poliban".

E eu compreendo.

Compreendo porque na semana passada estive num hotel cuja casa de banho, também ela exígua, tinha um poliban tão minúsculo que para conseguir lá entrar precisava fazê-lo de lado. Não será por isso de estranhar que, enquanto lá me banhava, batendo com os cotovelos nas paredes de cada vez que me virava, derrubando o sabão azul e branco e abrindo a água fria, a última coisa que me passasse pela cabeça fosse trazer mais uma pessoa. Aliás, um poliban nem para fantasias onanistas serve.

Num local daqueles, a única coisa que duas pessoas desconfortavelmente comprimidas uma contra a outra poderiam fazer seria desafiar o riso dos paramédicos que mais tarde viriam em seu socorro.

Kiddie Grinder

Não haverá ninguém que ponha termo a isto? De preferência à base da chapada, começando pelos pais, que jamais deveriam ter sido autorizados a procriar, e acabando em quem acha boa ideia embonecar infantes e desfilá-los para delícia de pessoas obviamente perturbadas que provavelmente passam os tempos livres de gabardine em parques infantis.