2004-10-29

Taras e manias

O assunto adiante discutido é passível de chocar as pessoas mais sensíveis, por isso se se ofende facilmente ou se chorou a ver o Titanic aconselho a que não leia este post. A partir daqui segue por sua própria conta e risco.


Será absolutamente necessário haver uma coisa chamada "chuva dourada"? Vocês sabem do que eu estou a falar, não façam essa cara de "ah, eu nunca vi um filme pornográfico alemão dos anos 80 em que a acção se (des)enrola numa quinta". Mas, voltando à questão inicial, será mesmo necessário? Será que precisamos de ver um ser humano satisfazer uma necessidade fisiológica sobre outro ser humano? Eu sei que a indústria cinematográfica é muito exigente com o cumprimento dos prazos, mas se o rapaz precisa de ir à casa de banho é deixá-lo ir. Façam uma pausa, caramba. Não é por causa de cinco minutos que a produção desmorona. E se a rapariga está realmente com sede pois dêem-lhe um sumo ou uma gasosa. Ou, vá lá, um chá. Eu sei que há gente para tudo e que gostos não se discutem, mas querem-me convencer que existe mercado suficiente que justifique a produção deste tipo de coisa? Que há, em diversos pontos do globo, diversas pessoas a dizer "co'a breca, estou mesmo com vontade de ver alguém urinar em cima de outra pessoa"?
E, já que estou no tópico da pornografia, deixem-me dizer que se há coisa que sempre me desgostou foram os cenários campestres. Há algo nos vestidos de leiteira e nas botas de lenhador que me impede de apreciar o enredo. E só a visão de alguém deitado na palha deixa-me cheio de comichão. Para já não falar da eminente possibilidade de os actores apanharem carraças, pulgas ou mesmo um perigosíssimo coice de um qualquer animal que calhasse a estar ali no celeiro. Se bem que se calhar até era capaz de haver quem gostasse.


2004-10-22

Pregar aos peixes II

Mário Soares devia candidatar-se à presidência da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva. Estou certo que para ganhar bastava-lhe adaptar o famoso slogan dos anos 80 para "Soares é fish".

...

Que boa piada, hem?

2004-10-21

The Bald And The Beautiful

O Homem inventou a roda, descobriu o fogo e a electricidade, construiu satélites, foi à lua, dividiu o átomo e transplantou corações. Supera-se geração após geração e, no entanto, ainda não conseguiu descobrir uma cura para a calvície. E não pode ser por não saber da existência dos carecas. Eles andam aí à vista de todos. Nas ruas, no metro, nos hiper-mercados, nas gasolineiras, em todo o lado. Aliás, seria até capaz de afirmar que existem carecas no seio da comunidade científica. Ora do careca pré-histórico ao careca moderno, seria de esperar que, algures pelo meio, já alguém tivesse encontrado um meio científico para responder a este problema. Mas não. Com milhares de anos de civilização e avanço tecnológico a melhor solução a que chegámos foi o capachinho.
"Sim, põe esta coisa na cabeça que ninguém nota. Tem um ar perfeitamente natural e as miúdas adoram - é um autêntico babe magnet."
Pergunto-me se na pré-história os homens carecas punham pequenos animais mortos na cabeça... um castor para o look rabo-de-cavalo, um porco-espinho para o look punk, etc.
Mas a minha solução preferida é, sem dúvida, o spray que anunciavam na TV Shop. Aquele que se aplica no cabelo que ainda resta de forma a torná-lo mais grosso, encobrindo, assim, as clareiras. É claro que toda esta explicação não passa de um eufemismo, porque na realidade o processo consiste, muito simplesmente, em pintar a cabeça. Mai' nada. É uma espécie de grafitti craniano. A vantagem é que se se pretender um look mais radical pode-se optar por fazer umas tags ou usar umas cores à Dennis Rodman. Basta "clac, clac, clac" agitar a lata e "pssshhh" aplicar. Et voilá, cabelo instantâneo.
Mas apesar de tudo dizem que "é dos carecas que elas gostam mais". Um ditado decerto inventado por um careca e que serve para rivalizar com aquele outro que diz que "é de homens com pé de atleta e herpes genital que elas gostam mais", ou ainda com o bem mais conhecido "é de homens que praticam pesca desportiva que elas gostam mais".


2004-10-20

Pregar aos peixes

Sabiam que temos uma Federação Portuguesa de Pesca Desportiva? Mais: sabiam que Portugal detém o título de Campeão do Mundo de Pesca Desportiva, na categoria de Senhoras, colectiva e individualmente? Pois então ficam a saber.

E agora que já sabemos que o nosso país está na vanguarda desta emocionante actividade, alguém me explica, por favor, o que é que a pesca tem de desportivo? Vai-se para a praia, lança-se a linha à água e espera-se que o peixe morda. É isto. Mais nada. Que mais há para fazer? Nada! Que raio de desporto é este em que não se faz nada?
"Ah, ele usou a mosca da Bretanha como isco. É um grande atleta!"
Poupem-me. E, numa competição, como é que eles decidem quem é que ganha? Será consoante o tamanho da mentira que contam?
"Eu ia pescando um assim... deste tamanho."
"Isso não é nada, eu apanhei um peixe-espada de 12 metros que era uma beleza. Até falava... francês!"
Porque é que não dão logo a taça ao pescador que conseguir abrir mais os braços e não acabam logo com aquilo para poderem ir todos para casa fazer algo de mais interessante e produtivo como... sei lá, ver tinta secar?

Acrescentar "desportiva" a "pesca" ridiculariza e humilha todas as pessoas que já alguma vez na vida praticaram desporto. Aliás, faz-me até perguntar qual será o passo seguinte para o "desporto" mundial: A baba de competição? Ou a sesta desportiva?

2004-10-19

music is what music does

Se há coisa que detesto neste mundo é quando pergunto que estilo de música uma pessoa gosta, ela me responde "gosto de todo o tipo". Para mim é a mesma coisa que dizer "'tá mas é calado que para mim esse assunto não me interessa". Será que essa pessoa quando está em casa ou no carro, a caminho do emprego, ouve jazz experimentalista seguido de uma música de grindcore? Uma coisa que me deixa curioso é saber que tipo de discos essa pessoa tem em casa, aposto que um de Dire Straits mora lá de certeza, mas como gosta de todo o tipo também tem de ter o álbum de estreia dos Carcass e o "Greatest Hits" da Celine Dion. Se eu fosse patrão perguntaria isso a todos os meus empregados quem me respondesse dessa maneira, ou de forma similar, era logo despedido e com justa causa, porque se ele não liga a um assunto cientificamente provado que agrada a 99% dos humanos, como iria ligar aos assuntos profissionais? Imaginem se tivessem perguntado ao Einstein, no inicio de carreira, que tipo de música ele gostava, o mais provável era responder "de todo o tipo desde que o volume esteja no mínimo", isso levaria a que os habitantes de Hiroshima ainda hoje nos estariam a agradecer a nossa atitude, quiçá, talvez até a enviar-nos sushi no Natal.

2004-10-18

Se receberem visitas deste calibre em casa...

Soube ontem que o Papa, tal como o actor Michael J. Fox ou o artista em tempos conhecido como Cassius Clay, sofre da doença de Parkinson. Se alguma vez se virem à mesa numa patuscada com alguma destas pessoas, nunca lhes peçam para vos passarem a Coca-Cola (ou qualquer outra bebida gaseificada).

2004-10-15

Momentos Kodak patrocinados pela Disney

O meu exterior de homem frio e implacável, antipático e pouco sociável esconde, na realidade, uma pessoa sensível, boa e, sobretudo, nostálgica.
Por isso, quando há pouc
o tempo encontrei a minha já esquecida colecção de revistas de banda desenhada, naturalmente, não resisti a ler umas quantas. Mas, a meio da minha inocente leitura, deparo-me com um quadro que me fez, momentâneamente, questionar se estaria sob o efeito de alucinogéneos ou a ler uma daquelas revistas que se vendem embrulhadas em celofane, em vez de uma banda desenhada infanto-juvenil. A devassidão, o deboche, a luxúria e o homo-erotismo expunham-se perante os meus incrédulos olhos.



Observem que...
1. Como é óbvio e inegável, Donald e Pateta vivem um caso amoroso (ou, pelo menos, carnal);
2. Pelo ar algo efeminado do Pateta podemos deduzir que é ele o sujeito passivo;
3. O Pluto aparenta ser um homofóbico empedernido pois parece não suportar a ideia de partilhar o quarto com este casal homossexual.

Ora se por um lado eu sou uma pessoa liberal e nada tenho contra estilos de vida alternativos, por outro tenho de reconhecer que a revista onde encontrei esta imagem é destinada a um público jovem e impressionável que não precisa, de todo, de ser confrontado com espectáculos de pré/pós sodomia sejam eles de que orientação sexual forem. E nem sequer vou aprofundar o facto de um enlace entre um pato e um cão se tratar de uma bizarra
relação de bestialidade inter-racial...

Obviamente perturbado tentei esquecer tamanho choque e passei à frente. Mas as surpresas não acabavam aqui...

Na imagem que se segue, proveniente de uma revista em que o Peninha se candidata a prefeito de Patópolis (e não Patopólis como muita gente diz), o mais trapalhão da família de aves aquáticas palmípedes lamelirrostras apresenta ao seu primo Donald os seus futuros secretários da cultura e da ciência. O curioso é que o dito secretário da ciência é a cara chapada do Prof. Alexandrino! ("Firme e hirto como uma barra de ferro", lembram-se?) Ora vejam:



Coincidência? Talvez, mas nós os duros não acreditamos em coincidências.

Deus dá mesmo nozes a quem não tem dentes

Soube ontem a noticia que a Ferrari tinha oferecido um carro de F1 ao Papa (sim, esse mesmo que estás a pensar, o JP, o comparsa do JC), e surgiram várias perguntas na minha cabeça, a primeira foi porque razão o ofereceram ao Papa?!?! Com tantos adeptos do tunning por essa Europa fora desejosos de possuir uma máquina dessas para matarem uns quantos ou para andarem nas magnificas estradas que nós temos. Sim, falo em Europa, porque por incrivel que pareça, não é só em Portugal, em Espanha também já se vê muitos desses estronços, é claro que em Espanha com a mania de serem mais importantes, para além de gastarem um balúrdio de massa para equipar um carro de merda, ainda usam um fiozinho de ouro e o belo cachucho dourado no dedo. Bem... mas deixemos esse assunto de lado ao qual voltaremos mais tarde noutro post e vamos retomar o assunto que me fez sentar frente ao computador: Outra pergunta que se põe é... Será que o F1 é à prova de bala? Sim, porque todos os veiculos por onde anda Vossa Santidade (acho que chamam "vossa" porque ninguém quer ficar com o encargo de pagar o funeral) estão equipados com as mais avançadas normas de segurança e protecção, não sei porquê, mas ok. Na minha opinião acho que é só esperar umas semanas e poupa-se uns trocos em balas, bombas, etc. ou então pensar como a Ferrari e dar-lhe um F1 para ele voltar para a santa Polónia dele e deixar a Itália em paz. Mas outras perguntas surgiram entretanto, o que vai fazer o Papa com o F1?? Que vai vendê-lo é o mais provável, agora a dúvida que se põe é: será que vai dizer como o nosso Presidente Sampaio quando recebeu o prémio Carlos V em Espanha (que basicamente é uma pipa de massa) que a vida está dificil e que vai ficar com o dinheiro para ele, dinheiro esse dado por um país que ainda continua a ocupar uma parte do território onde ele é o líder máximo ou será que vai cumprir a missão altruista defendida pela Igreja e distribuir o dinheiro pelos mais necessitados? Bem, claro que como no Vaticano não há necessitados logo fica tudo para eles e voltamos ao mesmo. Ainda estou a ver o Papa sentado a dizer: "Laaa viiittaaa esstaaa diiifiiiicciiillll".Bem, podem pensar que estou é com dor de cotovelo por não receber um Ferrari, e têm toda a razão!! E simplesmente porque lhe ia dar melhor uso que todos os outros: Vendia-o e ficava com o dinheiro!! Assim poupava a morte de inocentes na estrada e ajudava o meu país (já que eu pago os impostos!!) a sair da crise.